CLENÉZIO: GRANDE BABÃO

Ó grande e impoluto nobilíssimo Presidente, meu amigo Padilha.

A foto que enviastes, como sendo de um elo perdido ou um E.T. lá pelas bandas de Macaé, é do nosso companheiro Clenésio, o "Babão", lembra-se?

Cheguei a esta conclusão ao comparar a foto enviada, pelo amigo, com a do encontro de Macaé.

Grande Babão, saudades do Baba.

Sempre que assisto a um desenho infantil com a gurizada no Cartoon Net Work lembro-me dele. Assistam! Chama-se "O Máximo e o Babão."

Lembra-se como ele era? Um jovem temente à Deus, pois era Crente, de aparência atípica, com a envergadura maior que o comprimento. Perninhas curtas, finas e arcadas com um tórax do King Kong, mas de uma simplicidade no falar que a todos nós contagiou.

Sempre foi um grande amigo.

Lembra-se, lá pelos idos do segundo semestre de 1971, em comitiva, o levamos para a sua primeira experiência sexual com uma humana, lá na Dora, onde, após tudo combinarmos com a gloriosa Maria do Carmo, o mesmo teve a oportunidade de provar do pecado. Pois ele achava que assim o era.

Lembra-se que tivemos que intervir no idílio, pois com aquela envergadura, ele segurou-se nas laterais da cama, fazendo um sanduíche, entre ele e cama, da pobre Maria do Carmo, que já estava ficando roxa. E aí, professoralmente explicamos que bastaria fazer um movimento de vai e vem, que ficaria bom, e não asfixiaria a gloriosa parceira.

Lembra-se que ele gostou tanto que gastava o soldo lá e foi companheiro de isolamento do Peixota (Dr. Macedo) várias e várias vezes?

A saudade é grande. Lembro-me, pelos idos de janeiro de 1972, este que vos escreve, o Tamarindo, o Lisboa e o finado amigo Marcato fomos acampar em Arraial do Cabo, na praia do Forno, que na época era uma praia deserta. O ponto de encontro foi na casa do Clenésio em Cabo Frio, onde fomos muito bem recebidos pela família, almoçamos lá e tivemos a grata satisfação de conhecer os pais dele.

O pai dele foi muito atencioso conosco e conversa vai, conversa vem, ele nos disse que estava muito preocupado, pois havia um tarado, que vinha atuando nestas férias, a noite, e acabando com suas galinhas, na razão de uma por noite, por ataque nitidamente sexual.

Fomos então, para nosso acampamento, com barracas EB, que o Marcato conseguira em Pinda, emprestada de um quartel de Infantaria. O pai dele (Clenésio) emprestou uma carabina 22, uma lanterna e um facão. O Clenésio fez questão de levar a carabina em bandoleira, o facão na cintura e um cantil velho. Parecia um guerrilheiro símio.

Nós nos dividimos com as barracas e víveres.

Não foi fácil chegar lá, porém, ficamos 3 dias e 3 noites.

Neste ambiente mais próximo, o babão nos confidenciou que ele vinha experimentando sexo com as galináceas, e não sabia o porquê delas estarem morrendo depois. Daí, eu ter escrito sua primeira experiência sexual com uma humana, pois ele nos disse, que mesmo temente à Deus, e sabendo ser pecado, ele vinha há tempos traçando as penosas.

Como não havia o que fazer à noite, lá na praia, o surpreendemos coladinho a um cacto, em terreno arenoso. Ele tinha raspado os espinhos com o facão, feito um orifício, e estava a praticar sexo com o vegetal. Nos explicou que, tirados os espinhos, o dito cujo era quente, macio e escorregadio.

Assim sendo, todos nós tomamos medidas defensivas de praxe, pois ele estava armado, e retiramos a munição e o ameaçamos, que se chegasse perto levaria porrada, de todos, pois ele sempre foi muito forte.

Aquietou-se.

Ele também nos contou, que com alguns amigos de infância, foi visitar a certo Sargento Fuzileiro Naval lá em São Pedro d'Aldeia, e que o mesmo era boiola.

Disse que, não ele, mas o amigo dele, ao praticar sexo com o tal Sargento, que era muito forte, ficou duas semanas sem poder andar, com o saco inchado, pois o tal, ao ter o jovem grudado nas costas, jogou os braços para trás e encarregou-se de fazer o movimento de vai e vem a seu bel prazer e com toda a sua força, mantendo o dito jovem preso ao seu costado.

O Clenésio disse que foi muito difícil presenciar tal passagem.

Grande Clenésio, quantas estórias.

Tenho certeza que existem outras.

Grande Babão, que saudade do amigo.